Transtorno Opositivo Desafiador — TOD — é descrito no DSM como parte dos Transtornos de Comportamento Disruptivo, cujas características são comportamentos desafiantes, negativistas e desobedientes, principalmente diante de figuras de autoridade.
Toda criança e adolescente pode apresentar comportamentos dessa ordem em alguma fase da vida. Por isso, o diagnóstico de TOD é feito quando os sintomas persistem por mais de seis meses e ocorrem em diversos ambientes.
Normalmente são crianças excluídas de eventos sociais e acadêmicos, pelo seu mal comportamento e que sofrem bullying na escola.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito através da observação do comportamento e sintomas da criança por um médico especialista (psiquiatra especializado na infância e adolescência ou neuropediatra).
É importante também avaliar sinais de depressão, ansiedade e perturbação do sono. Isso porque essas condições podem causar sintomas semelhantes aos do TOD, como irritabilidade e desobediência.
O TDAH também apresenta sintomas semelhantes e deve ser avaliado se existe uma comorbidade, visto que é muito comum que os dois transtornos estejam associados (cerca de 50% dos casos).
Para diagnosticar o TOD, é preciso verificar a presença de pelo menos quatro dos seguintes sintomas:
· irritabilidade e acessos de raiva constantes;
· discute com adultos ou figuras de autoridade;
· desafia regras;
· faz coisas deliberadamente para aborrecer a terceiros;
· culpa os outros pelos seus próprios erros;
· se sente ofendido com facilidade;
· tem respostas raivosas quando contrariado;
· é rancoroso e vingativo quando desafiado ou contrariado.
Quais as causas do TOD – Transtorno Opositivo Desafiador?
As causas do TOD não são conhecidas, mas segundo evidências, fatores genéticos e neurofisiológicos podem influenciar o desenvolvimento do transtorno. Assim como um ambiente familiar conturbado e ambíguo, no que se refere a educação dada pelos pais, pode contribuir para o surgimento do TOD.
Como lidar com o Transtorno Opositivo Desafiador?
A primeira coisa a ser feita é procurar acompanhamento especializado, sobretudo neurologistas, psiquiatras ou psicólogos. Sem o auxílio profissional, qualquer iniciativa pode ser em vão. Vamos às formas de lidar com crianças que convivem com TOD:
– Procure falar a mesma língua do pequeno e, em princípio, tente concordar com aquilo que está relacionado às regras e ao cumprimento das rotinas diárias;
– Muitos pais contam com o auxílio de profissionais, como babás, na condução de seus filhos. A presença desse pessoal é de extrema importância. No entanto, é imprescindível que pais e mães não deleguem toda a criação para as babás. A presença dos progenitores deve considerável em momentos da vida da criança;
– Falar de forma clara e objetiva ao dar ordens. Isso impede que o pequeno ganhe espaço para rebater as orientações dadas. Fale de forma a convencer antes de qualquer contra-argumento e assuma a postura de quem realmente manda;
– Elogie o que o pequeno faz de bom e não se esqueça de ressaltar mais seus acertos em vez de apontar de maneira reiterada os seus erros;
– É válido ressaltar que conviver e conhecer as preferências, gostos e momentos gostosos junto da criança são excelentes para auxiliar na interação e aumenta o vínculo afetivo. Este, por sua vez, tem o poder de induzir a uma adesão, um engajamento desta criança a cumprir regras e rotinas pré-definidas pelo cuidador, pois ela tende a se sentir recompensada;
– Vale lembrar que as dicas para lidar com o TOD, mencionadas acima, podem ser aplicadas na escola. Porém, os profissionais não devem se esquecer de quatro medidas indispensáveis na condução de tais atitudes no ambiente em questão:
– A psicoeducação ou treinamento da equipe escolar (professores, gestores e outros colaboradores do ambiente letivo);
– Treino de habilidades sociais, prevenção;
– Manejo do bullying;
– Reforço escolar na maioria dos casos.
Importante:
A probabilidade de uma criança com TOD ter maiores dificuldades no final da adolescência e na idade adulta depende dos tratamentos e das circunstâncias ambientais. Geralmente, elas correm maior risco de ter depressão e abuso de substâncias psicoativas, principalmente quando o TOD na infância for acompanhado por outros transtornos, como TDAH, depressão e dificuldades de aprendizagem.
Em alguns casos, o diagnóstico de TOD pode se agravar até desenvolver um transtorno de conduta, que é um quadro mais grave de transtorno de comportamento. As pessoas com transtorno de conduta tendem a apresentar comportamento de violação da lei, destruição de propriedade e até crueldade com animais e pessoas.
É claro que uma criança com diagnóstico de TOD não irá fatalmente desenvolver o transtorno de conduta. No entanto, é importante acompanhar de perto o comportamento das crianças e buscar um tratamento adequado e eficaz, o quanto antes.